Dança espanhola, originária da Andaluzia, sapateada e cantada, com o par separado, cujo ritmo é marcado por castanholas.
Suas melodias e versos são de fácil assimilação, por isto logo que chegou ao Brasil, no início do século XIX, se tornou popular.
Câmara Cascudo registra, em seu DICIONÁRIO DOFOLCLORE BRASILEIRO, os seguintes versinhos:
“Maria Cachucha
Quem é teu pimpão?
– É um moço bonito
Chamado Janjão!
Maria Cachucha,
Com que dormes tu?
– Com um menininho
Chamado Angu!”
Camilo Castelo Branco, em NOITES DE INSÔNIA, fala da música: “Não vi o senhor visconde chorar de prazer, mas observei que S. Ex.a estava comovido quando a requinta assobiava uns guinchos estridentes da Maria Cachucha.” E aqui transcrevemos a lera de uma delas, recolhida por Cesar das Neves, da qual não obtivemos local e data:
“Maria Cachucha
Quem te cachuchou?
Foi um frade Loyo
Que aqui passou.
Maria Cachucha
Que vida é a tua?
Comer e beber
Passear pela rua.
Maria Cachucha
Se fores passear
Vai pelas beirinhas,
“Podes te molhar.”
Maria Cachucha também é nome de uma peça de Joracy Camargo, sucesso interpretado por Procópio Ferreira e que Nelson Rodrigues afirma ter sido a única que leu em sua vida. Será? Não sabemos, mas o certo é que também foi sucesso carnavalesco composto por A. Almeida e Saint-Clair de Senna.
Mas na MARIA CACHUCHA original, de acordo com Manuel Querino, citado na ENCICLOPÉDIA DA MÚSICA BRASILEIRA, “os pares iniciavam a dança enlaçados; em seguida apertavam as mãos e continuavam dançando separados, tocando castanholas com os braços erguidos de maneira graciosa…”
Existem poucas informações sobre a MARIA CACHUCHA e, caso o leitor as tenhas, pedimos que as envie para nós em “Fale Conosco”.
Autor: Yassir Chediak